17 de dezembro de 2012

Mais um texto de opinião.



Massacre da pequena massa

Às vezes questiono as morais e os bons costumes: E se os valores tivessem sido propagados de forma inversa?Ter filhos seria algo pecaminoso. Homossexualidade seria dito “normal” e ser heterossexual seria o pior dos erros. Todos deveriam fazer sexo nos mais diversos lugares e momentos, seria um “coito social”. Deixar de matar e roubar, ou seja, quem ganhasse dinheiro através do trabalho seria condenado à prisão perpétua. Imaginem só?

Depois ouvimos pessoas falando em falsa moral. Alguns querem fazer apologia a certos valores como se contrariar a tentativa de organização social seria alcançar a liberdade. Sem ordem não tem como ter ordem.

Não defendendo a ideia da culpa e dos traumas de outrora, mas sim o respeito, que é um dos valores que vem se perdendo, principalmente nas famílias e entre jovens. Um simples: “Bom dia!” “Como vai?” parece ser um esforço grandioso.

Precisamos resgatar os deveres humanos. Sinto como se fosse uma necessidade de mobilização nacional. Todos os poderes do Estado, mídia, escola, família, religião. Os direitos já são sabidos desde o fim da ditadura.

Será mesmo necessário sempre responder à altura? Calar, muitas vezes, me parece mais sábio e demonstra uma superioridade inquestionável. Nem sempre os mais velhos estão com a razão, mas escutá-los e absorver o que nos têm a dizer é coerente à formação cidadã.

Após o fim da repressão da ditadura, a sociedade, como numa frenética busca, “correu atrás do prejuízo” e os direitos foram supervalorizados enquanto os deveres foram esquecidos em alguma gaveta perdida nos tribunais da vida.

Hoje se brigam por qualquer coisa, se um professor chama a atenção do aluno vêm logo psicólogos, sem menosprezar os profissionais, alegar que crianças e adolescente irão crescer traumatizados. Sou tão resolvido comigo e com minha vida. Agora eu pergunto: E os profissionais de educação?

Para conquistarmos uma sociedade justa e harmônica precisamos cobrar os direitos e deveres de todos sem distinção de idade, crença, cor, raça, orientação sexual, pois massacrarmos uma pequena massa faz e fez com que nossa sociedade se tornasse inconsequente e imoral.



7 de dezembro de 2012

Projeto Contador de Histórias



PROJETO CONTADOR DE HISTÓRIAS





PROFESSOR WAGNER G. LUCAS
(LÍNGUA PORTUGUESA)

DIREÇÃO:
Diretora Lurdes Chueriy de aoliveira
Diretora Adjunta Eliane Pedroza sejas pereira
 EQUIPE TÉCNICA:
 Supervisora Educacional: Antônia Alves Julião pedreira
 Orientadora educacional: Luiza Helena Fontanetta
COLABORADORES
Adelina Machado (Assistente de Biblioteca)
Profº Claudinei Ferreira da Silva

Relatório
1-     Introdução
Este relatório tem como objetivo  resumir as atividades feitas juntos aos alunos dos 6º ao 9º anos matutino da Escola Municipal Profº Gonçalina Faustina de Oliveira.
2       - Objetivo

Desenvolver no aluno, além de sua capacidade intelectual de interpretação e produção textual, através da leitura e contagem de histórias. Despertar o gosto pela leitura e identificando as possibilidades de conhecer  vários lugares através dos livros.

3-     Procedimentos metodológicos

O projeto dos Contadores de Histórias surgiu em 2012 como uma das atividades do projeto: Ações Educativas Complementares, desenvolvido pelos professores e a assistente de biblioteca, teve como objetivo principal despertar nos alunos o gosto pela leitura através da arte de contar histórias.
        A proposta de trabalho do Projeto Contadores de Histórias foi dividida em três etapas: no primeiro momento, as atividades foram desenvolvidas na Biblioteca e no laboratório de informática, onde os alunos puderam participar das ações de leitura contidas na programação como escolha de livros e ensaios. No segundo momento, os contadores de histórias foram avaliados pelo professor de língua portuguesa, ela supervisora e pela diretora adjunta. No terceiro momento, alunos caracterizados, visitaram as salas de Educação infantil, onde demonstraram suas habilidades adquiridas  no primeiro momento.
          A seleção dos contadores foi feita através de uma seleção prévia de leitura no qual participaram alunos do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) da escola no período matutino. Os estudantes participarão de um momento cultural, onde tiveram a oportunidade de demonstrar suas habilidades enquanto contadores de histórias. Entre eles foram escolhidos os sete alunos que mais se destacaram, dentre eles: Anne Caroline Flores Vieira (7ºB); Lauany Alves de Lima Gomes (7ºB); Marcio Eduardo Gomes Basílio (7ºB);Rafaela Mattos de Almeida (7ºB); Rayane Caroline de Oliveira (7ºB); Dyenifer Riquelme Aquino (9°A); Lídia da Silva Coronel (9ºA); e Sabrina Costa Durão (9ºA) .
          A princípio o projeto tem como meta atender a escola elaboradora, no entanto, caso haja aceitação do público e procura de demais estabelecimentos em parceria, onde a equipe poderá visitar, hospitais, creches, banco e escolas para levar mensagens de otimismo,  com o objetivo de elevar a autoestima, partilhar a amizade e a solidariedade.
         A experiência causou e pretende causar um grande impacto positivo na prática de incentivo à leitura e a escrita. O trabalho dos contadores de histórias vai muito além de uma ação de leitura. É uma paixão! Por isso, se faz necessário a sua continuação.
           
4-    Conclusão

A presente proposta de trabalho baseia-se na pedagogia do sucesso, cuja hipótese central consiste no pressuposto de que os alunos com acentuada defasagem na leitura e escrita sejam capazes de dominar com mais rapidez os conteúdos básicos do currículo, desde que trabalhando adequadamente e colocados no ambiente motivador. No final deste projeto, esperamos que um número maior possível de alunos tenham adquirido o hábito de ler e escrever com prazer, com reflexão e criticidade, sabendo criar e recriar suas produções nas diversas áreas do conhecimento, já que se tornaram através desse exercício cidadãos conscientes de que a leitura e a escrita são veículos importantíssimos na formação do homem para aprender e compreender o mundo e assim melhorar a qualidade da educação.

26 de outubro de 2012

Terceira crônica

Abraço maternal


  
Fomos informados de que uma campanha havia sido feita no período matutino e que a turma crescera em número de frequentadores: “30” - disse nossa colega. Ainda bem que ganhara aquele abraço.

Olhos desconfiados, certo nervosismo de principiante tomou conta de mim e da turma, mas o veterano e admirado professor incorporou e em menos de 15 minutos, as gargalhadas, as atenções e os questionamentos foram lançados, um a um, de meus novos aprendizes.

Ah! O abraço. Desculpem-me. A professora que faltara semana anterior, por ter um filho acidentado, ao chegar sorriu e abraçou-me com braços maternos, com carinho e doação energética que me fortaleceu ao ministrar minha aula.

Que incrível! – pensei. Nesse momento em que palavras brotam de minhas mãos, observo os 30, sim, os 30 produziam, com dedicação, a atividade proposta, como nunca antes havia observado em outra turma.

Esse fato encheu-me de entusiasmo e esperanças: “Será que finalmente encontrei meus alunos ideais?” – Sinto-me como aquele profissional educador recém formado cheio de ideias e propostas que acreditava mudar o mundo hipócrita.

Mas, mesmo sabendo que isso é utópico, a semente precisa apenas ser plantada e por um instante, talvez otimista demais, a certeza tomou conta de mim: “Hoje semeei novos frutos”.



Não sou bom em poemas, mas.......

PAZ

Paz... palavra curta
de grande significado.
Transformadora.
Nos leva à felicidade.
Nos faz ter esperanças.
Paz, paz, paz!
Tu és cobiçada,
Mas pouco almejada.
Orgulho, egoísmo, cobiça (guerra)
Inimigos da paz
Que insiste em massacrá-la.
Paz, paz, paz!
Apesar de pequena,
ainda hei de ser forte
Para destruir a guerra
E trazer a harmonia
Para todos os povos.
PAZ!

3 de outubro de 2012

Mais um maravilhoso texto de opinião de Arnaldo Jabor


ESTAMOS COM FOME DE AMOR!!!!

AUTOR = Arnaldo Jabor

Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal o século é a solidão" Pretensiosamente digo que assino em baixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.
            Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas e saem sozinhas.
            Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos. Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só isso não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormirem abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção.
Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.
            Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos ORKUT, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!"
Unindo milhares ou melhor milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.
            Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa.
Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega. Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso à dois.
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza, um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".
Antes idiota que infeliz!       

1 de outubro de 2012


Ideologia apassivadora

A humanidade sempre foi dominada de forma repreensiva, ou seja, violenta e proibitiva. Após séculos, finalmente se descobriu a fórmula mais passiva de dominação em massa: a mídia e a ideologia do conhecimento desnecessário.

Resgatando a história, percebe-se que os povos sempre foram divididos entre os fortes (dominadores) e os fracos (dominados). Esta conquista era geralmente através de guerras, escravidão e imposição da força, que gerava, assim, grandes revoltas populares que perturbavam a ordem pública.

Estas manifestações, geralmente, eram lutas por liberdade e por mais justiças sociais, em que visava, principalmente, o bem estar de uma sociedade. Um exemplo claro disso no Brasil foi a era da ditadura militar em que muitos morreram e foram torturados pela defesa dessa liberdade.
               Mas apesar de todas as revoltas registradas na história, hoje vivemos uma época de manipulação da grande massa, que, sem perceber, de forma passiva é guiada em direção daquilo que as minorias dominantes as programam e tomam atitudes convenientes a uma falsa ordem social. Atitude esta que nos traz mais preocupações que as grandes e sangrentas revoltas populares.

Sendo assim, enquanto a população não derrubar o véu da ignorância que lhe envolve e adquirir opinião própria através do conhecimento, continuarão sendo robôs de uma mídia manipuladora e consequentemente dominados.

A união civil entre pessoas do mesmo sexo.



Democracia Civil

A união civil entre pessoas do mesmo sexo é um avanço para sociedade moderna, já que os papeis de companheirismo se assemelham ao de cônjuges ditos formais para lei atual. Assim, se há vida construída por ambos, essa deve assegurar os direitos iguais para todos.

Percebe-se que ideologias contrárias às relações homossexuais foram e continuam impregnadas numa sociedade em que religiões dominadoras e proibitivas introduziram a ideia do pecado a tudo aquilo que contraria as uniões heterossexuais por serem consideradas maneiras “incorretas” de se constituir famílias e de dar continuidade a espécie.

Se um paralelo for traçado com relação a esse fato, veremos que a hipocrisia impera e que os povos antigos eram menos evoluídos e consequentemente, mais sujeitos ao medo e à ira do Criador, como que Esse fosse um ser que punisse e amaldiçoasse sua criatura em vez de amá-la.

Hoje é nítida a perda desse fanatismo e a sociedade, ao longo de sua formação, conquistou direitos importantíssimos sendo uns deles, a liberdade de ir e vir, além da liberdade de escolhas. Assim é contraditório querer privar essas pessoas de assegurar esses direitos e garantir um futuro digno aos seus companheiros de uma vida.

Portanto, uma sociedade que quer realmente se intitular democrática, tem como obrigatório em sua legislação, os direitos assegurados a todos, já que as obrigações são estendidas aos cidadãos sem distinção.


19 de setembro de 2012

SEGUNDO MILLÔR, EM DOM CASMURRO, FOI BENTINHO QUE TRAIU CAPITU




 

De Millôr Fernandes para a Veja on-line.


Publiquei, através de anos, no Estadão, no O Dia, e no Jornal do Brasil – ao todo aproximadamente dois milhões de exemplares – “pesquisa” sobre Dom Casmurro, a obra magna de Machado de Assis. Como minha página era a capa exterior dos jornais citados, e o assunto era picante – se Escobar, “herói” do romance, tinha ou não tinha comido a Capitu, eterna e tola discussão entre beletristas –, devo ter alcançado pelo menos cem mil desprevenidos. Bom, não apenas mostrei que Escobar comeu a Capitu, como, não sei não, acho que tirei Dom Casmurro do “armário”.


Como não sou dos maiores – e nem mesmo dos menores – admiradores do bruxo, fundador da Academia Brasileira de Letras (“a Glória que fica, eleva, honra e consola”, eu, hein, que frase!), não vou discutir a maciça, inexpugnável web protecionista que se criou em torno dele. Não quero polemizar (falta-me vontade e capacidade) com a candura que os erúditos (com acento no ú, por favor) têm pra relação equívoca entre Capitu, a “dos olhos de ressaca” (que Machado não explica se era ressaca do mar ou de um porre), e Escobar, o mais íntimo amigo de Bentinho, narrador e personagem do livro (evidente alter ego do próprio Machado).


A desconfiança básica vem desde 1900, quando Machado publicou Dom Casmurro. Dom Casmurro é ou não é corno, palavra cujo sentido de humilhação masculina – que ainda mantém bastante de sua força nesta época de total permissividade – na época de Machado era motivo de crime passional, “justa defesa da honra”, e outros desagravos permitidos pela legislação e pelos costumes.


Curioso que, ontem como hoje, o epíteto corna não se grudou à mulher. Ela é tola, vítima, “não sei como suporta isso!”, “corneia ele também!”, mas o epíteto não colou.


Dom Casmurro sofre da dor específica umas 50 páginas do romance, envenenado pela hipótese da infidelidade de Capitu. Que dúvida, cara pálida? Capitu deu pra Escobar. O narrador da história, Bentinho/Machado, só não coloca no livro o DNA do Escobar porque ainda não havia DNA. Mas fica humilhado, desesperado mesmo, à proporção que o filho cresce e mostra olhos, mãos, gestos e tudo o mais do amigo, agora morto. Bentinho chega a chamar Escobar de comborço (parceiro na cama).


Mas, pela nossa eterna pruderie intelectual, também ainda ridiculamente forte com relação a outro tipo de relação, a homo, nunca vi ninguém falar nada das intimidades entre Bentinho e Escobar. É verdade que, na época, Oscar Wilde estava em cana por causa do pecado que “não ousava dizer seu nome”.


Não fiz interpretações. Apenas selecionei frases – momentos – do próprio Dom Casmurro/Machado, da edição da Editora Nova Aguilar. Leiam, e concordem ou não.


Pág. 868 “Chamava-se Ezequiel de Souza Escobar. Era um rapaz esbelto, olhos claros, um pouco fugidios, como as mãos, como os pés, como a fala, como tudo.”


Mesma página “Escobar veio abrindo a alma toda, desde a porta da rua até o fundo do quintal. A alma da gente, como sabes, é uma casa com janelas para todos os lados, muita luz e ar puro… Não sei o que era a minha. Mas como as portas não tinham chaves nem fechaduras, bastava empurrá-las e Escobar empurrou-as e entrou. Cá o achei dentro, cá ficou…”


Pág. 876 “Ia alternando a casa e o seminário. Os padres gostavam de mim. Os rapazes também e Escobar mais que os rapazes e os padres.”


Pág. 883 “Os olhos de Escobar eram dulcíssimos. A cara rapada mostrava uma pele alva e lisa. A testa é que era um pouco baixa… mas tinha sempre a altura necessária para não afrontar as outras feições, nem diminuir a graça delas.


Realmente era interessante de rosto, a boca fina e chocarreira, o nariz fino e delgado.”


Mesma página “Fui levá-lo à porta… Separamo-nos com muito afeto: ele, de dentro do ônibus, ainda me disse adeus, com a mão. Conservei-me à porta, a ver se, ao longe, ainda olharia para trás, mas não olhou.”


Mesma página “Capitu viu (do alto da janela) as nossas despedidas tão rasgadas e afetuosas, e quis saber quem era que me merecia tanto.


– É o Escobar, disse eu.”


Pág. 887 “– Escobar, você é meu amigo, eu sou seu amigo também; aqui no seminário você é a pessoa que mais me tem entrado no coração.


– Se eu dissesse a mesma cousa, retorquiu ele sorrindo, perderia a graça… Mas a verdade é que não tenho aqui relações com ninguém, você é o primeiro, e creio que já notaram; mas eu não me importo com isso.”


Pág. 899 “Durante cerca de cinco minutos esteve com a minha mão entre as suas, como se não me visse desde longos meses.


– Você janta comigo, Escobar?


– Vim para isto mesmo.”


Pág. 900 “Caminhamos para o fundo. Passamos o lavadouro; ele parou um instante aí, mirando a pedra de bater roupa e fazendo reflexões a propósito do asseio; lembra-me só que as achei engenhosas, e ri, ele riu também. A minha alegria acordava a dele, e o céu estava tão azul, e o ar tão claro, que a natureza parecia rir também conosco. São assim as boas horas deste mundo.”


Pág. 901 “Fiquei tão entusiasmado com a facilidade mental do meu amigo, que não pude deixar de abraçá-lo. Era no pátio; outros seminaristas notaram a nossa efusão: um padre que estava com eles não gostou…”


Pág. 902 “Escobar apertou-me a mão às escondidas, com tal força que ainda me doem os dedos.”


Pág. 913 “Escobar também se me fez mais pegado ao coração. As nossas visitas foram-se tornando mais próximas, e as nossas conversações mais íntimas.”


Pág. 914 “A amizade existe; esteve toda nas mãos com que apertei as de Escobar ao ouvir-lhe isto, e na total ausência de palavras com que ali assinei o pacto; estas vieram depois, de atropelo, afinadas pelo coração, que batia com grande força.”


Págs. 925/26 (Depois da morte de Escobar) “Era uma bela fotografia tirada um ano antes. (Escobar) estava de pé, sobrecasaca abotoada, a mão esquerda no dorso de uma cadeira, a direita metida no peito, o olhar ao longe para a esquerda do espectador. Tinha garbo e naturalidade. A moldura que lhe mandei pôr não encobria a dedicatória, escrita embaixo, não nas costas do cartão: ‘Ao meu querido Bentinho o seu querido Escobar 20-4-70′.”


• • •


P.S.: Mas, se vocês ainda têm dúvida, leiam a página 845 do fúlgido romance. Bentinho, ele próprio, fica pasmo, e realizado, quando consegue dar um beijo (quer dizer, apenas uma bicota) em Capitu. É ele próprio quem fala, entusiasmado com seu feito de bravura:


“De repente, sem querer, sem pensar, saiu-me da boca esta palavra de orgulho:


– Sou Homem!”

Crônica típica campo-grandense.


O retorno do sobá

Era um show de um artista de renome nacional. Enquanto aguardava o início do espetáculo, sentei-me numa mureta que separava o gramado da parte pavimentada em frente ao palco. Comecei, então, a observar as pessoas ao meu redor.
Um grupo bebia compulsivamente e apresentava uma alegria acompanhada de uma ansiedade que parecia crescer a cada minuto, pois alguém olhava insistentemente o relógio.

Ao longe, um casal, que se beijava calorosamente, demonstrava um isolamento do mundo exterior como se apenas os corpos ali estivessem, mas a alma se via em êxtase de hormônios em ebulição·.

De repente, sentou-se ao meu lado um colega de trabalho que se acomodou de costas demonstrando uma indiferença, era como se nunca houvesse estado comigo. Aquela atitude fez com que o meu humor pulasse ao nível mais alto de irritabilidade: “como pode alguém agir assim?” – pensei indignado e revolto.

“Poderia ser um descuido, ou uma falta de atenção?” Cheguei a pensar, mas ficou claro o olhar meio que de canto de olho em que deixou nítida sua intenção em se tornar invisível.

O show correu dentro da normalidade. Ri, cantei, vibrei, pois era um cantor que admirava e continuo admirando muito. Ao final, já no caminho da minha casa, continuava atormentado pelo comportamento do meu colega.

No outro dia, segunda-feira, ao chegar ao trabalho sabia que iria cruzar o seu caminho. Ele ainda não havia chegado.

Alguns minutos depois, ele entra e diz: “Bom dia mestre!”. Eu mudo, com “cara de paisagem” e de forma fria, sai como se sozinho ali estivesse. “A vingança é um prato que se come frio”.


7 de setembro de 2012

Mais uma crônica.


Onomatopeias

“O povo brasileiro”, expressão pronta e dita por vários políticos em campanhas eleitorais. Venho dizer-lhes o que fazer... O que fazer? Parece que a sociedade conspira contra si. Novela, futebol, Datena, Gugu, Faustão... “Tchu!Tchá!tchá!” e agora um “Encontro”.

A educação onomatopeica presente nas músicas e os poderosos cada vez mais poderosos – “tchu!Tchá!Tchá!” ligo a TV, ouço o rádio – “Ai, ai, ai!” – “tchê! Tchê! Tê, tê. Tê!” o nome de um cantor...?

Livros não fazem parte do “Thu, tchá, tchá” o que fazer? A mídia nos transportou de uma ditadura militar para outra ditadura que não nos permite derrubar o véu da ignorância.

Certa vez alguém me disse o que, hoje, me parece utópico: “A democracia se estabeleceu finalmente no Brasil”. Democracia? Onde há escolhas?

Observo dúvidas e angustias que me assombram: democracia, educação, “tchu, tchá! Tê – rê – rê”, onomatopeias, povo brasileiro. Tantas ideias, mas que para mim, apesar de simples, são pouco compreendidas.

Sou utópico? Sou louco? Radical, talvez? A única certeza existente é que o povo brasileiro precisa mudar seu comportamento, pois se precisamos de mudanças, elas devem partir de cada um: “ai, ai, ai”, “Tchu!Tchá!Tchá!”, “Tê, tê, rê, tê, tê”. Onomatopeias foram criadas quando não havia formas de serem ditas. O povo que não sabe o que dizer.... “tchê , tchu, rê, tê, ai ai ai”...


29 de agosto de 2012

Um texto de memórias literárias escrita por uma aluna. Muito bom!


Valores perdidos

Minha infância foi em Corumbá-MS, onde nasci e vivi, era repleta de brincadeiras como “pega-pega”, “amarelinha”, “passa anel” “peteca”, “roda” e várias outras que cercavam as crianças da época. Lembro-me que havia uma inocência no brincar em que a amizade e o respeito eram valorizados.

Esse respeito estava presente, também, na minha relação com meus pais que era muito boa. Brincávamos, conversávamos, mas quando chegava visita, não podíamos entrar no meio da conversa, entrar na sala jamais era permitido, caso desobedecêssemos, éramos colocados de castigo, além de levarmos algumas palmadas. 

Na minha época, a sociedade era tranquila, não havia brigas, rebeldias. A sociedade vivia em harmonia. Isso devido aos cuidados dos pais ou responsáveis, pois se quiséssemos sair, só podíamos acompanhados da mãe ou do pai. Andar sozinho era sinônimo de falta de respeito.

Quando cheguei aqui em campo Grande, não tinha prédios, poucas ruas asfaltadas, o bairro onde vivo até hoje, era tranquilo, não tinha muitos bandidos ou qualquer outro tipo de vandalismo. Caminhávamos tranquilamente pelas ruas admirando os passantes e os lugares. Tomar o chimarrão e o tererê nas calçadas era algo mais comum.

Lembro-me de algo que marcou bastante minha vida, foi o dia em que minha mãe morreu. Fiquei muito triste, senti-me mal e cheguei a pensar: “o que seria de mim?”, mas com o passar do tempo superei e hoje ficaram as boas lembranças de quem amo muito.

Diante desses fatos, para mim a vida de antigamente era bem melhor, pois não existia tanta desgraça como hoje, não tinha tanta droga, vândalos, gangues e o estresse da sociedade atual.

Outra diferença está na tecnologia, naquela época era composta por Discos de músicas (os chamados LP’S) e rádios, lembro-me que em casa tínhamos fogão à lenha, o ferro de passar a roupa era aquecido com brasas feitas de carvão. Não tínhamos televisão, geladeira e várias outras mordomias de hoje.

Comparando a sociedade atual e a de antigamente muitas coisas se perderam as pessoas ficaram mais violentas além de fofocas caluniosas. Sou Gilma Flores, tenho 60 anos, nasci em 23 de maio de 1952 e esse é o meu sentimento ligado ao aprendizado dos anos que apesar de às vezes lamentar, alegro-me em ver tudo que posso ensinar e continuar aprendendo.



Aluna:Annie Caroline
Turma: 7 ano B (2012)
Escola: EM Profº Gonçalina Faustina de Oliveira.
Profº Wagner G Lucas

25 de agosto de 2012

Muito boa essa!!!!


A MORTE DA TARTARUGA - Millôr Fernandes


O menininho foi ao quintal e voltou chorando: a tartaruga tinha morrido. A mãe foi ao quintal com ele, mexeu na tartaruga com um pau (tinha nojo daquele bicho) e constatou que a tartaruga tinha morrido mesmo. Diante da confirmação da mãe, o garoto pôs-se a chorar ainda com mais força. A mãe a princípio ficou penalizada, mas logo começou a ficar aborrecida com o choro do menino.

— Cuidado senão você acorda seu pai!

Mas o menino não se conformava. Pegou a tartaruga no colo e pôs-se a acariciar-lhe o casco duro. A mãe disse que comprava outra, mas ele respondeu que não queria, queria aquela, viva! A mãe lhe prometeu um carrinho, uma bicicleta, lhe prometeu uma surra, mas o pobre menino parecia estar mesmo profundamente abalado com a morte do seu animalzinho de estimação.

Afinal, com tanto choro, o pai acordou lá dentro, e veio, reclamando, ver de que se tratava. O menino mostrou-lhe a tartaruga morta. A mãe disse:

— Está aí assim há meia hora, chorando que nem maluco. Não sei mais o que eu faço. Já lhe prometi tudo, mas ele continua berrando desse jeito.

O pai examinou a situação e propôs:

— Olha, Henriquinho. Se a tartaruga está morta não adianta mesmo você chorar. Deixa ela aí e vem cá dentro com o pai.

O garoto depôs cuidadosamente a tartaruga junto do tanque e seguiu o pai, pela mão. O pai sentou na poltrona, botou o garoto no colo e disse:

— Eu sei que você sente a morte da tartaruguinha. Eu também gostava muito dela. Mas vamos fazer pra ela um grande funeral. (Empregou de propósito a palavra difícil).

O menininho parou imediatamente de chorar.

— O que é funeral?

O pai lhe explicou que era um enterro.

— Olha, nós vamos à rua, compramos uma caixa bem bonita, muitas balas, bombons, doces e voltamos para casa. Depois botamos a tartaruga na caixa em cima da mesa da cozinha e rodeamos de velas, cantamos ―Parabéns pra você‖ para a tartaruguinha morta e você assopra as velas. Depois pegamos a caixa, abrimos um buraco no fundo do quintal, enterramos a tartaruguinha e botamos uma pedra em cima com o nome dela e o dia em que ela morreu.
— Isso é que é funeral? Vamos fazer isso!

O garotinho estava com outra cara.

— Vamos, papai, vamos! A tartaruguinha vai ficar contente lá do céu, não vai? Olha, eu vou apanhá-la.
Saiu correndo. Enquanto o pai se vestia, ouviu um grito no quintal.

— Papai, vem cá, ela está viva!

O pai correu pro quintal e constatou que era verdade. A tartaruga estava andando de novo, normalmente.

— Ela está viva! - disse o pai – Não vamos ter que fazer o funeral!

— Vamos sim, papai! – disse o menino ansioso, pegando uma pedra bem grande – Eu mato ela!!!

15 de agosto de 2012

Um artigo muito interessante!



Enem aponta diferenças entre alunos brancos e negros



     Recorte inédito de dados de desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010 nas capitais do País, além de confirmar a distância entre as notas médias dos estudantes de colégios particulares e os de escolas públicas, revela o abismo que separa estudantes brancos e negros das duas redes.    Os números mostram que as notas tiradas pelos alunos brancos de escolas particulares no exame são, em média, 21% superiores às dos negros da rede pública - acima da diferença de 17% entre as notas gerais, independentemente da cor da pele, dos estudantes da rede privada e os da rede pública. O levantamento também aponta distorções entre os Estados. De acordo com especialistas, esse cenário é o reflexo da desigualdade social e também da diferença dos níveis de qualidade das redes estaduais.
     Por sua vez, a nota média de negros que estudam em escola privada é 15% superior às dos negros da rede pública - próxima dos 17% entre todos os estudantes da rede particular e da rede pública. Embora em menor dimensão, a variação de desempenho entre negros e brancos dentro da escola pública também é desvantajosa para o primeiro grupo. Na média, os brancos têm médias 3% maiores que os negros. O fato de os negros terem rendimento menor do que os brancos, mesmo dentro da rede pública, tem explicações econômicas e pedagógicas, segundo a diretora do Todos Pela Educação, Priscila Cruz.
    Na questão econômica, segundo ela, a explicação é que "entre os pobres, os negros são os mais pobres". O lado pedagógico refletiria a baixa expectativa. "Em uma sala de aula, se uma criança negra começa a apresentar dificuldade, a professora desiste de ensiná-la muito mais rapidamente do que desistiria de um estudante branco." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo


 Fonte:
http://br.noticias.yahoo.com/enem-aponta-diferen%C3%A7as-alunos-brancos-negros-110000418.html

31 de julho de 2012

Cartilha do ENEM

 Caso não tenha a cartilha de instruções para a  prova de redação, click no link e faça o download.

http://download.uol.com.br/educacao/enem2012_guiaredacao.pdf

Segundo informações, a cartilha continua a mesma para 2013,

30 de junho de 2012

O trânsito violento nas vias brasileira


Trânsito: culpados ou vítimas

O trânsito nas cidades brasileiras tem apresentado números crescentes de violência. Com isso muitos buscam culpados, mas não chegam a nenhum senso comum. Talvez por ser uma culpa coletiva. Falta de educação básica, políticas que não punem e não fiscalizam e uma malha viária deficiente condensam nessa desordem que são as ruas e as avenidas do Brasil.

Esse mal pode ter sua causa na má educação que acomete as famílias que se romperam após a restituição da democracia no Brasil, consequentemente o individualismo se fortaleceu e a ordem baseada nos deveres de cidadania se perdeu.

Outro fator preponderante está na economia crescente e junto um aumento do poder aquisitivo da população e do crédito facilitado fez um aumento considerável da frota de veículos e motocicletas nas ruas sem que as cidades pudessem e possam suportar.

Devemos considerar, também, a ideia existente da certeza da impunidade gerada por um órgão fiscalizador corrupto e ineficiente.

Enfim, a solução está em investimentos e aplicabilidade de leis punitivas e educadoras e, também, a conscientização individual e coletiva de que a infração pode reverter, e quase sempre reverte, contra o próprio infrator.            


Aborto em fetos anencéfalos


Liberdade de decisão

O país traz em sua constituição a liberdade e a igualdade, mas percebe-se que alguns setores da sociedade querem intervir na vontade de cada um criando leis que vedam esta liberdade. Nesse caso, o aborto em fetos portadores de anencefalia que cria ideias contraditórias levando a sociedade a elaborar conceitos egoístas e errôneos.

Por um lado, temos os dogmas religiosos que acreditam terem o direito de interferirem nas decisões de seus seguidores com a falsa ideia de serem responsáveis em protegê-los, mas na verdade, em nome de Deus, pregam uma ideologia em benefício próprio a fim de ajuntarem riqueza e poder.

Em contrapartida a isso, temos a ciência sempre antagônica à religião, que embasada em pesquisas (provas concretas) destrói conceitos que tem como argumentação apenas a fé e o fanatismo.

Todavia o que se deve levar em conta é a vontade do indivíduo, o seu livre arbítrio em decidir o que melhor lhe convém nesse momento, se é certo ou errado, só diz respeito ao cidadão que optou por esse ato. Dessa forma podemos garantir, pelo menos, um atendimento dentro da legalidade, podendo combater a clandestinidade.

Assim fica claro que o povo deve se pronunciar e fazer suas escolhas exercendo sua liberdade de escolha, essa liberdade tão almejada pela sociedade brasileira, e, também, se conscientizar que é pela educação que transformamos e orientamos uma nação e não por imposição de ideologias da minoria dominante e, assim, conquistarmos a liberdade nos atos e não apenas em palavras de uma constituição pouco respeitada e executada.

18 de junho de 2012

Um artigo interessante!

Jornalismo do Deboche

    Muitos leitores perguntam por que nunca escrevo artigos ridicularizando George W. Bush, desancando o governo PT ou ridicularizando as bobagens ditas por algum de nossos governantes.
    Não faço este tipo de colunismo porque é ilimitada a quantidade de bobagens feitas por seres humanos. Estaríamos destruindo todo o papel do planeta se comentássemos cada besteira feita. Depois, o tempo do leitor é curto, um jornalismo construtivo deveria também divulgar possíveis soluções e não ficar somente na crítica dos erros dos outros.
    Leitores são presas fáceis desta forma de crítica jornalística, porque ela insinua equivocadamente que somos superiores aos nossos semelhantes, governantes e amigos.
    Noventa por cento das nossas conversas é para se comentar gafes e fracassos dos amigos, nunca suas conquistas e realizações, por isto nunca sou o primeiro a sair de uma festa de amigos.
    O jornalista do deboche sabe que o sucesso do outro incomoda, e se aproveita disto. O jornalismo do deboche não somente mostra que somos supostamente mais inteligentes do que os que estão no poder, mas tem uma outra coisa “freudianamente” muito importante: mostra que o colunista é mais inteligente do que todos nós juntos.
    Não pelas suas idéias originais, critério único para se medir inteligência, mas pela burrice dos outros que o jornalismo do deboche tem o prazer de desancar. Como o debochador sempre trata do passado, quando os erros já são óbvios e evidentes, ele tem sempre a vantagem da onisciência, algo que o governante não teve na hora da sua decisão.
    Não faço referência àqueles que escrevem uma crítica de forma construtiva, precisamos ser informados das mazelas e erros do governo. Um artigo debochado de vez em quando nos faz rir e permite agüentar o fardo da incompetência alheia. Mas muitos fazem do deboche a sua especialidade, sua razão de ser.
    O jornalismo deve criticar e ao mesmo tempo propor soluções para serem discutidas, inclusive correr o risco de ver a idéia debochada. Só que aí, o artigo teria de ser inovador, competente, criativo, sensato, conciliador, persuasivo e corajoso. A crítica barata é muito mais fácil do que a análise profunda. A análise requer pesquisa, números e estatísticas, o deboche só precisa de uma língua afiada.
    Se você adora o jornalismo do deboche, porque ele é engraçado, lembre-se que você está rindo de si mesmo, e embora autocrítica e umas risadas sejam sadias, limitar-se a isto é dar um tiro no pé. O Brasil está diariamente dando tiros no pé, e achando graça.
    Num congresso de estudantes colocaram-me para falar em penúltimo lugar, e o encerramento foi feito por um profissional do deboche. Ele simplesmente destruiu o meu discurso otimista anterior, dizendo que o Brasil jamais daria certo, de que estávamos condenados pelo gene do patrimonialismo português, que o fracasso estava no nosso sangue, e assim por diante. Para a minha grande surpresa, a platéia simplesmente adorou. Riam a valer, e no final aplaudiram de pé. Inacreditável para mim!
    Se um grande intelectual prevê que o Brasil jamais dará certo, não precisamos nos esforçar. Pode-se justificar o nosso fracasso pessoal, nossa mediocridade individual, como sendo inevitável, é nosso destino. “Não preciso melhorar, a culpa não é minha, a culpa é do Brasil, a culpa é dos portugueses”.
    Muitos de nossos intelectuais jogam para a platéia, curvando-se à força do mercado, um discurso de que jamais daremos certo, quando a função do intelectual seria justamente mostrar as soluções, mostrar o caminho, mostrar o que nós pobres mortais não vemos.
      Onde estão os poetas que antes nos inspiravam e motivavam, onde estão os filósofos que nos mostravam a essência do que está ocorrendo, onde estão os padres com seus sermões edificantes, onde estão os visionários que nos mostravam o caminho? Eles estão presentes como sempre estiveram, mas hoje estão sem platéia, porque o jovem brasileiro está encantado com o discurso do deboche, é sempre mais fácil culpar os outros.
    O jornalismo do deboche é um fenômeno mundial, atingiu até o New York Times. Se acabou acreditando que você é mais competente que Lula, FHC ou Bush, consulte um especialista.
    O mundo não é tão simples nem tão ridículo quando lhe fizeram imaginar. Graças a Deus!
 
                                                                     Stephen Kanitz 



16 de junho de 2012

"Aquele Preto / tão preto!..."



Da escuridão ao incolor


A experiência sem evolução moral não resulta numa sociedade humana harmoniosa, pois a hipocrisia destrói qualquer possibilidade de aprendizado no convívio humano, e ainda, o verdadeiro sábio é o que sabe ouvir, já dizia o grande filósofo, então só se deve querer bondade e sinceridade quem dá o mesmo.

A sociedade, desde seus primórdios, foi moldada em morais proibitivas, condenadoras e carregada de culpas que fez com que os povos criassem falsas ideologias a fim de demonstrar imagens que agradassem a coletividade e muitas vezes reprimindo sentimentos e levando a um relacionamento humano destruidor e materialista.

Esses ideais trouxeram guerras e lutas entre países e até mesmo entre famílias movidas por uma ambição e um orgulho que lhes transformaram em “surdos” que acreditavam serem donos da verdade absoluta. Mas hoje, isso não mudou muito, nações entram em conflitos por crenças religiosas e ideológicas, além de riqueza e poder.

Apesar desses fatos, existem pessoas se movimentando em defesa da paz mundial. Percebe-se que a consciência coletiva esta absorvendo esse ideal e trabalhando para essa transformação global. Campanhas solidárias e atitudes de gentileza e honestidade têm crescido nas diversas sociedades, comprovando essa afirmativa.

Então o melhor caminho para o sucesso e evolução de uma população mundial, está na conscientização cada vez maior de pessoas destinadas ao bem, dar sem benefício próprio, ou seja, a prática do amor puro em sua essência. Só assim sairemos da escuridão e nos transformaremos num planeta incolor.

12 de junho de 2012

O papel do aluno na construção do seu próprio conhecimento.




Atitude transformadora

O aprendiz, em diversas áreas, deve ser um questionador para adquirir uma boa formação, pois a troca facilita a compreensão de mundo, consequentemente, quem indaga aprende mais, por isso aproveitar o educador em sala e nas demais oportunidades assegura que o aluno não tenha dúvidas futuras.

As discussões direcionadas, tão presentes na sociedade em tempos de repressão política, seria uma forma de desenvolver essa troca de conhecimento pouca usada na sociedade atual. A falta de tempo do mundo moderno acaba por sufocar esses debates que, em parcerias com as escolas, contribuiu para o desenvolvimento intelectual do indivíduo.

O papel do educador é de suma importância nesse momento em que o educando se encontra imaturo intelectualmente, mas cabe a esse aluno “sugar” todo o conhecimento intrínseco no professor para que suas construções de mundo sejam moldadas de forma concreta.

Consequência disso reflete diretamente numa sociedade mais justa e igualitária, pelo simples fato de que ler e aprender derruba ao chão o véu da ignorância e com isso a capacidade de eleger melhores representantes governamentais e cobrar seus direitos e executarem seus deveres cidadãos.

Portanto, é preciso mudar essa ideia errônea na educação, de que aprender depende apenas e simplesmente do professor. Isso através de campanhas e divulgações nacionais para conscientização geral da nação.